
Uma hora as coisas mudam, mais cedo ou mais tarde, esperando ou não, querendo ou resistindo... Simplesmente mudam. Uma hora a gente percebe que determinado caminho é, na verdade, uma espécie de estacionamento. Onde a gente, por um tempo, descansa, mas uma hora, como agora, se cansa. Não se trata de rejeitar o que passou, mas guardá-lo num lugar devido, muito especial, valioso para que se chegasse a esse momento. Não se pode renegar o que se viveu, todos deveriam saber, esquecer assim, como se não tivesse acontecido - ou, pior, tivesse sido ruim. Tudo, dizem, tem seus dois lados. Cabe a nós esse discernimento. E eu, como sei, sempre teimando em ver o lado bom até do lado ruim... O resultado é que eu mesma me engano... Isso não é novidade... Mas juro, estou aprendendo a ser mais "aguçada", para a preservação da minha espécie, que é a tua, que é o outro, e merece essa claridade. E se as coisas mudam é porque mais claras se tornam. As reais necessidades, o percurso da existência, a continuidade da evolução. O sentimento mais puro. Um resgate da essência. Que tudo o que ficou siga alimentando a história. E o que virá, seja bem-vindo.
"Vou imprimir novos rumos
Ao barco agitado que foi minha vida
Fiz minhas velas ao mar
Disse adeus sem chorar
E estou de partida
Todos os anos vividos
São portos perdidos que eu deixo pra trás
Quero viver diferente
Que a sorte da gente
É a gente que faz"
Novos rumos - Paulinho da Viola