15 janeiro, 2007

sem estribeiras

o vento que entra pelas narinas
carregado de perplexidade
arroja, recria
transpassa as leis do efêmero
se perpetua no despenhadeiro
clama e alcança consciência
consciente de sua transparência

desequilibra
grita
renuncia


vento,
faz a curva
se despenteia
transcende por dentro
transgride por fora
a volta, a ida, o vão
o percurso que não é destino
acalenta em desatino
a vida que se faz ouvida

falada
sofrida
sem medo

vento,
páre ao relento
o orvalho esfria tua pressa
e você agora sabe como é bom
parar o tempo
sem vento
nem chão
parede o que,
que mude a visão

o vento que agora sai pelas narinas
não segue a regra distinta
dos terninhos e bocas vermelhas
dos bom dias de mãos obsoletas
desconhece crachás da existência
segue seu rumo apenas

2 comentários:

Maringoni disse...

Tati, lindíssimo!!!!Posso guardar?
bjs!

Anônimo disse...

Queria respirar o ar de seus suspiros e ser feliz então mais uma vez...