02 julho, 2007

dentro da cápsula de prata

Preciso que me digam, que me digam com urgência, o que essas mentes pensam, o que têm em sua consciência? O que os espelhos lhes detonam a cada manhã, vendo escorrer felizes ramelas invisíveis sanguinolentas? O que concluem esses mesmos espelhos – amigos passivos, contidos, contrários – quando a lua brota cansada e os ombros refletidos quedam pensamentos, confabulações, especulações? Qual é o tempo de sua vida, o preço de sua calma, o valor de seu silêncio, a cor de sua alma? Preciosos seriam, mas inexistem aquém do umbigo, travados pescoços pesados que não colocam à prova a panorâmica existência. Preciso que me digam, para que eu permaneça distante de seus pensamentos, indiferente ao foco de suas tramóias: o que há em suas mentes? Há um coração, mesmo que doente ou inconsciente? Mas... de que isso tudo me vale?

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